Artista
José Paulo começou a desenhar aos 7 anos de idade, enchia cadernos escolares, nesta época havia escassez de material, desenhava batalhas, paisagens e figuras em luta. Aos 13 anos junto de sua família mudou-se para Avaré onde teve acesso a novos materiais. Começou a fazer desenhos de observação com clara tendência clássica, com ênfase à construção analítica, estrutural. Também compunha paisagens imaginárias com figura. Teve, através da biblioteca local, contato com os grandes mestres da Renascença.
No Início da pintura, aos 14 anos, fez uma composição a guache sobre papel “O Sonho” — a imaginação configurava monstros noturnos. Desenvolveu também nesta época novas composições, óleo sobre madeira, e, influenciado formal e tecnicamente pelo Renascimento, voltou-se para assuntos cotidianos. É deste período “Preto Velho”, “Menina Pedinte”, “Anunciação”, e, vários autorretratos e paisagens. Ao mesmo tempo trabalhou como freelancer na área gráfica: revista, ilustrações, cartazes, embalagens, marcas e logotipos.
Em 1980, já com 21 anos ingressou na faculdade de Belas Artes de São Paulo, abandonando momentaneamente o desenho de construção para explorar a linha, surgiram pinturas planas. Nos próximos três anos participou ativamente das sessões de modelo vivo tanto na faculdade como na Pinacoteca do Estado. Ganhou prêmios de pintura em concursos internos promovidos pela faculdade em 1982 e 1983, inclusive, um desses trabalhos premiados foi adquirido pelo então ministro da Cultura — Jarbas Passarinho - A Bola.
Quando graduado em Pintura, Escultura e Gravura pela BA, foi admitido como professor de desenho e pintura na Belas Artes onde construiu carreira docente de 1983 a 2020. Paralelamente ao trabalho como professor desenvolveu o trabalho pictórico. Explorou a cor e a pintura plana. A partir da década de 90 as pinturas voltaram-se para a luz, enfatizou o espaço e as composições começaram a se envolver com metáforas e alusões simbólicas.
Por vinte e cinco anos trabalhou em grandes dimensões explorando a luminosidade da matéria pictórica: experimentando novas texturas e novos meios, como colagens, chumbo, goma laca, pó de mármore. Desenvolveu um princípio orgânico na técnica pictórica por inúmeras camadas para chegar à forma.
Nesse mesmo período investigou a forma tridimensional e, começou a esculpir como estudo, criando uma relação de figura entre pintura e escultura. Com o passar dos anos as esculturas deixam de ser estudos e passam a configurar obras autônomas, porém o modelado e a patina mantém elementos pictóricos.
Nos últimos anos voltou-se novamente para a cor, porém com menos ênfase linear, mantendo o claro/escuro e a textura.